Jet lag, o terror dos viajantes

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Jet lag, o terror dos viajantes

O corpo humano leva certo tempo para se acostumar com uma repentina troca de fuso horário. A sensação de esgotamento e fadiga sentida pelos viajantes após uma longa viagem de avião chama-se jet lag. Entre as consequências da alteração do ritmo circadiano – que corresponde ao período de 24 horas, mais ou menos 12 horas de iluminação solar e outras 12 horas de escuridão – estão a insônia, alterações no apetite e sono que se manifesta quando não deveria. A expressão jet lag vem da junção de duas palavras em inglês (jet, que significa “jato” e lag, traduzido como “diferença de horário”) e começou a ganhar fama após o desenvolvimento da avião comercial.

Dizem que a partir de 9 horas de voo o corpo já sente o tal do jet lag. No entanto, não funciona exatamente assim. Não é o tempo de viagem de avião ou a distância percorrida que causam o jet lag, mas sim a quantidade de meridianos cruzados. Ou seja, um voo pode durar mais do que 9 horas, mas se o avião ficar dentro da mesma faixa de fuso, o corpo não irá sentir diferença. Um voo direto entre São Paulo e Nova York, por exemplo, leva cerca de 9 horas. No entanto, as duas cidades estão separadas por apenas 1 fuso, ou seja, 1 hora de diferença no relógio – em NY serão 17h quando em SP os relógios marcarem 18h. O corpo humano acaba não sentindo uma diferença brusca, até porque o jet lag está diretamente relacionado com rompimento do ciclo normal de “luz e escuridão” – dormir à noite, quando está escuro, e ficar acordado durante o dia, com a claridade.

Se a viagem entre o Brasil e a Austrália fosse realizada de navio, provavelmente o corpo viajante teria tempo suficiente para se acostumar com os 20 mil quilômetros percorridos. Isso se o navio for pelo Oceano Pacífico, pois se decidir cruzar pelo Atlântico demoraria bem mais!. Em linha reta, as duas cidades estão separadas por 15,5 mil quilômetros – só para se ter uma ideia do quão longe é isso, a distância é maior que o diâmetro da Terra, que é de 12,7 mil quilômetros! Pelo ar, São Paulo e Sydney estão separadas por um mínimo de 20 horas, sempre contando com conexões, já que não existem voos diretos. Há viagens, no entanto, que podem levar até 45 horas, com conexões em 4 ou 5 aeroportos.

A diferença de fuso entre São Paulo e Sydney é de 10 horas, mas pode chegar a 11 no horário de verão. Se o tempo do maior voo for somado à diferença de fuso dá para dizer, tranquilamente, que a viagem entre os dois países pode levar até 3 dias. Isso mesmo: 3 dias! E de avião! Quando o deslocamento é para Leste, perde-se tempo de vida, pois os relógios deverão ser adiantados. Se viagem for em direção a Oeste, diz-se que há ganho de tempo – mas essas horas acabam sendo perdidas novamente quando o viajante retornar ao ponto de origem.

Para amenizar os efeitos do jet lag recomenda-se o consumo de muita água. Também, se a ansiedade de chegar ao destino permitir, é aconselhado tentar dormir, nem que seja por poucas horas. Para cada fuso atravessado, o que corresponde a uma hora a mais ou a menos no relógio, o corpo demora cerca de 24 horas para se recuperar. Isso quer dizer que o viajante que embarca para a Austrália deve levar em conta que seu organismo só voltará a completa normalidade cerca de 10 dias após a chegada.

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