Pelo menos 40 mil australianos irão comemorar aniversário de 100 anos até a metade do século. Essa é uma das conclusões de um relatório divulgado pelo governo do país no início do mês de março. O documento projeta como estará a Austrália dentro dos próximos 40 anos. Na metade do século, a expectativa de vida média das mulheres que vivem por lá saltará para 97 anos; a dos homens, para 95. A possibilidade de vida mais longa é creditada aos aperfeiçoamentos na área da Saúde e ao desenvolvimento de novas tecnologias, no entanto, a tranquilidade de viver em um país – com taxas irrisórias de desemprego e violência, bem como paisagens e um estilo de vida paradisíacos – tem um pingo de influência no aumento da expectativa de vida. Qualidade de vida está diretamente relacionado ao tempo que se consegue viver.
Para se ter uma ideia do salto de tempo de vida, basta uma análise básica: Em 1975, apenas 122 pessoas com mais de 100 anos estavam vivas na Austrália. Menos de 100 anos depois, em 2055, o número será 300 vezes superior. Das cerca de 25 milhões de pessoas que vivem no país, pelo menos 40 mil conseguirá apagar 100 ou mais velinhas no bolo de aniversário. Em 40 anos, mais de 2 milhões de australianos – ou pessoas que vivem no país – alcançará os 85 anos de idade. Em 1970 havia 80 mil pessoas com mais de 85.
No ranking elaborado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2012, a Austrália figura em nono lugar na lista dos países por esperança ao nascer. Há cerca de três anos, os homens viviam, em média, 80,5 anos – uma das maiores expectativas de vida masculinas do planeta. As mulheres alcançavam, em média, 85,5 anos. No topo dessa lista, que contempla 191 países, está o Japão: Mulheres até os 87,3 e homens vivendo até os 85. A diferença de idade média de expectativa de vida, considerando toda a população, entre Japão e Austrália é bem pequena. De apenas 1,6 anos. A expectativa de vida hoje, em 2015, na Austrália é de 80,7 para os homens e 84,8 para as mulheres. Em 1905 era de 55 e 59, respectivamente.
Ao mesmo tempo que a notícia de uma vida mais longa anima muitos, o governo preocupa-se com a conta a pagar por esses anos a mais. Espera-se que até 2055 o número de pessoas aposentadas terá dobrado. O ministro da Fazenda australiano divulgou, na semana passada, um pedido para que os australianos com mais de 60 anos retornem ao mercado de trabalho formal e que adiem a aposentadoria para após os 65 para “salvar o país”. O governo propôs ainda aumentar a idade mínima de aposentadoria para 70 anos.
O problema central é que, com uma população que vive mais, o número de pessoas em idade ativa no mercado de trabalho – entre os 15 e 65 anos – irá diminuir ainda mais. Apesar de ser uma tendência mundial, na Austrália, a relação entre ativos e inativos diminuiu muito nos últimos 50 anos – e isso é ruim para a economia do país, pois menos pessoas estão pagando impostos e mais estão recebendo aposentadoria. Em 1970, havia 1 aposentado para cada 7,5 trabalhadores. O número reduziu para 4,5 hoje e vai cair pela metade em 2055, quando haverá 2,7 trabalhadores para cada aposentado. Hoje, cerca de 10% das pessoas com mais de 65 anos ainda estão trabalhando. Essa taxa deve aumentar para 20% até 2055.
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