Qual o momento certo para viajem de intercâmbio? A dúvida que mais martela na cabeça daqueles que pensam em largar tudo para viajar é qual o momento certo para abrir mão da rotina, deixar o conforto de casa e desapegar da maioria dos pertences. Seria antes de ingressar na faculdade, logo após acabar o Ensino Médio? Já graduado, embarcando com um diploma universitário na mala? Vale a pena partir depois de já ter ingressado no mercado de trabalho e desistir de uma carteira assinada? Fato é que a vida não pára enquanto se posterga uma decisão. O tempo passa na mesma. A escolha do melhor momento, no entanto, depende de cada um.
Ninguém é muito velho ou muito novo para um intercâmbio, mas certamente a experiência será diferente conforme a idade. Por isso mesmo não há como classificar um determinado momento como melhor ou pior. São apenas diferentes. O importante antes de tomar a decisão é planejar. E o plano não precisa ser muito elaborado, até porque é comum haver mudanças no meio do caminho. Há pessoas que embarcam para estudar inglês por apenas seis meses, mas acabam ficando anos fora de casa. Aliás, criam uma nova casa em um lugar distante do local de nascimento. Há outros que focam em um objetivo pontual e querem apenas adquirir conhecimento extra no exterior para agregar no currículo, mas pretendem retomar a “vida normal” assim que a missão for cumprida. Há ainda aqueles que retornam após o período pré-determinado, mas ficam na ânsia de partir novamente para conquistar o mundo.
Uma das premissas que anula um pouco do medo de decidir é saber que a vida no Brasil vai seguir sem você. Uma viagem de intercâmbio cria a sensação de vida paralela. Os amigos vão trocar de namorada, arranjar novos empregos e mudar de casa. Irão asfaltar ruas novas na cidade, os preços vão aumentar e os congestionamentos no trânsito também. Nada vai mudar. O que muda é você, que acaba se dando conta que há muito vida lá fora. Há novos amigos para fazer, cidades desconhecidas para conhecer, ruas diferentes para explorar e outras maneiras de encarar a vida. O problema é que a maioria das pessoas só percebe isso depois que retorna de viagem. Outros, o que é pior, desistem de embarcar por medo de perder momentos por causa da distância.
“Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar”, escreveu William Shakespeare no século XVI. Apesar de antigo, o pensamento continua atual. Se abster de decidir ou postegar uma escolha sobre algo que se quer fazer só prejudica a uma pessoa, que você provavelmente ainda não conhece: você no futuro.
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